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68.
quinta-feira, abril 16, 2009

:: o ar denso do abismo ::

De repente a casa se encheu de um ar denso. Ficou difícil permanecer lá. Eu sentia as sombras passando rapidamente. Algumas faziam morada. Queria abrir a janela e ver a paisagem. Terminei fugindo da casa buscando outros ritmos que me faziam ficar distante do meu paradeiro tão conhecido. Gostava de ver a rua e suas tribulações, via as transformações e os ringues formados pelas construções. Assumia os riscos e acreditava em mim, na minha perfeita segurança de mim mesma. Na minha sugestão de vida, no meu pretenso desarrolhar. Queria ver o mundo quando adolescente, quando subia na cobertura do meu prédio e me sentia livremente despreocupada do que se passava lá fora, e sentia tudo muito pequeno, porque eu quase podia voar. Dava tchau pros aviões que passavam sem saber se alguém podia me ver, nua, lá em cima daquele prédio, daquele cimento todo, daquela prisão da qual fugia. Não era liberdade aquilo. Não é liberdade agora. É só mais um jeito de estar presa. Só que agora lidero os compromissos, escolho a quais quero me apegar. E volto a respirar este ar denso, porque na verdade é a única escolha que tenho, a única vida que me resta pra viver. E, das coisas, foi a que escolhi.

Mantenho meus olhos fixos. Não tenho medo. Medo é coisa de gente solitária. E nem que eu não seja solitária. Nos últimos tempos não há meios de encontrar pessoas. A vida virtual cresce porque as pessoas não têm tempo. Mas é uma meia-vida. E nem pra meias-vidas há tempo.

Prefiro esse estar só acompanhada pelo ar denso. Denso da lama tão querida e tão rejeitada. É nos meus óculos que pairam as alucinações de mudanças. Também não há mudanças. Tudo permanecerá abismo.

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Fechei a janela e fui para a cama. Abracei-o, confortada. Ele se virou, no encaixe, deslizando suas mãos sobre meu corpo. Baixou a alça da minha camisola e tomou um seio meu, propriedade dele que era. Quando ele deslizou a cabeça descendo pelo meu corpo, aspirei o ar denso, quase sufocante.



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