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segunda-feira, abril 09, 2007

:: Uma poesia no Barro/Macaxeira::


Sexta-feira da Paixão. Moreno city. A turma, amiga de anos, dirige-se a uma pizzaria e churrascaria para aproveitar o encontro. É difícil reunir todos, que ocupam 5 mesas do salão. Empolgação geral, cerveja, pizza e as velhas piadas. Apesar disso, eu tive sono. Ou irritação. Ou sei lá o quê.

Meia-noite e meia. Três caras surgem no lugar, armados, e tudo vira filme. É a cidade de Deus, no dia da Paixão. “Abaixa a mão, todo mundo abaixa a mão, tão pensando o quê?”. Carteiras e celulares na mesa. Nem todos, é verdade. Alguns vão parar no chão. Outros são jogados na varanda do salão. Inclusive minha carteira e documentos. Ainda salvei a nota de cinqüenta e escondi na calcinha. Ia fazer falta. “Olha só, doido, os carinhas querem enganar a gente. Olha as coisas boas aqui, jogaram tudo. Tão me deixando nervoso!” Um carro salvador passa na frente do restaurante, diminui a velocidade, continua. “Vambora, o povo viu!”

15 minutos, ao todo. Mulheres choram, homens esbravejam, gente desesperada. Cartões, documento, celulares. Todo o material profissional de nosso amigo fotógrafo. “E agora?” Vamos pra delegacia. Madrugada inteira pra fazer o boletim de ocorrência. Os celulares que escaparam andando de mão em mão, cancelando linhas e cartões. Caras desoladas. Alguém ainda lembra de fazer piada.

4 da manhã, quem conseguiu dormir direito nesse dia? Acordei com uma ressaca emocional punk-rock hardcore. Quero minha casa. Barro/Macaxeira, com as crianças. No Barro, uma família amorosa embrulha pacotinhos de balas para vender. Cinqüenta centavos. Clara pede e eu compro. A menina mais velha entra no nosso ônibus.

Outros vendedores também entram. Um, vende canetas. A menina das balas se encanta com uma caneta rosa, e ganha do outro vendedor. Ele começa sua fala: “Bom dia pessoal, todos sabem o índice de desemprego no Brasil. Eu também passei por isso. Mas em vez de causar preocupação às outras pessoas, resolvi criar meu próprio jeito de ganhar a vida. Vendo essas canetas, vários modelos. É apenas um real. Se você não puder comprar, também vendo poesia. Qualquer moeda paga.”. Leu um trecho da poesia, que falava de realização de sonhos. Clara olhava com encanto para a caneta rosa cheirosa e com glitter da Hello Kitty. Eu nem pensava. Comprei a caneta. Talvez, com ela, minha filha possa escrever um futuro mais brilhante e colorido para esse mundo louco. Um futuro onde o sonho não seja uma poesia vendida no Barro/Macaxeira.




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