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70.
quinta-feira, dezembro 29, 2011

::Ausência::

E das coisas que ficaram jogadas pelo canto,
Daquelas que não me fazem falta e nem por isso são menos importante,
Encontro a colcha de retalhos que eram minhas palavras
Aquele recanto de cheiros e afagos, de ausências e escuros.

Não, não me sinto despedaçada ao confessar que meu silêncio não me causa dor.
As páginas voam há um tempo grande demais. Antes de mim já voavam.
Não é que todo silêncio acontecerá por minha causa.

Só o que me causa uma leve angústia, um pequeno pesar,
É ver o sonho mutilado pela ausência de vozes dentro de mim:
É saber-me fantasma de mim mesma na penumbra do cotidiano.


segunda-feira, setembro 21, 2009

::Lançamento do livreto de Leonardo Santana::




Este livreto contém humor sarcástico relatado em seis contos divertidos que dão saída ao delírio das paixões, beirando simultaneamente o tragicômico.

O livreto será vendido na banca de revista de Carlos (Praça da Bandeira, em Moreno - PE) e com o autor. O preço é R$ 3,00

Contacts: Email: Leonardoleu@hotmail.com / tel.:(81)88794131


69.
quinta-feira, maio 21, 2009

:: Não há tempo ::

o cansaço está em todos
uma manivela aflita afirma que gira sem pensar
Sobrecarregados, todos, desfiamos o nosso novelo de lembranças
desfiamos o tapete da memória
buscamos a jornada intermitente
e não somos mais aquilo que um dia fomos.
Alguns afirmam que ainda há pastos com vaquinhas e cavalos
a pastar serenamente,
enquanto a vida nos escraviza a ponto de não termos mais penumbras
e nem momentos de queixa
não há tempo.


P.s.: Nunca pensei que meu post 69 seria sobre um tema tão sem graça. Mas é a vida...


68.
quinta-feira, abril 16, 2009

:: o ar denso do abismo ::

De repente a casa se encheu de um ar denso. Ficou difícil permanecer lá. Eu sentia as sombras passando rapidamente. Algumas faziam morada. Queria abrir a janela e ver a paisagem. Terminei fugindo da casa buscando outros ritmos que me faziam ficar distante do meu paradeiro tão conhecido. Gostava de ver a rua e suas tribulações, via as transformações e os ringues formados pelas construções. Assumia os riscos e acreditava em mim, na minha perfeita segurança de mim mesma. Na minha sugestão de vida, no meu pretenso desarrolhar. Queria ver o mundo quando adolescente, quando subia na cobertura do meu prédio e me sentia livremente despreocupada do que se passava lá fora, e sentia tudo muito pequeno, porque eu quase podia voar. Dava tchau pros aviões que passavam sem saber se alguém podia me ver, nua, lá em cima daquele prédio, daquele cimento todo, daquela prisão da qual fugia. Não era liberdade aquilo. Não é liberdade agora. É só mais um jeito de estar presa. Só que agora lidero os compromissos, escolho a quais quero me apegar. E volto a respirar este ar denso, porque na verdade é a única escolha que tenho, a única vida que me resta pra viver. E, das coisas, foi a que escolhi.

Mantenho meus olhos fixos. Não tenho medo. Medo é coisa de gente solitária. E nem que eu não seja solitária. Nos últimos tempos não há meios de encontrar pessoas. A vida virtual cresce porque as pessoas não têm tempo. Mas é uma meia-vida. E nem pra meias-vidas há tempo.

Prefiro esse estar só acompanhada pelo ar denso. Denso da lama tão querida e tão rejeitada. É nos meus óculos que pairam as alucinações de mudanças. Também não há mudanças. Tudo permanecerá abismo.

-----------------------------------------------------------------------------------

Fechei a janela e fui para a cama. Abracei-o, confortada. Ele se virou, no encaixe, deslizando suas mãos sobre meu corpo. Baixou a alça da minha camisola e tomou um seio meu, propriedade dele que era. Quando ele deslizou a cabeça descendo pelo meu corpo, aspirei o ar denso, quase sufocante.


67.
segunda-feira, março 23, 2009

Havia uma estrela com meu nome. Uma praia bonita de uma cidade feia. O homem ao meu lado fumava. Minhas mãos mexiam com a areia. Eu precisava saber se ele me acompanharia a todo lugar que eu desejasse ir.

Levantamos, sem muita vontade, e fomos em direção a tal festa. Uma dessas festas nostálgicas que reúnem pessoas que muitos se frequentaram durante anos, mas agora não se viam mais, e nem sei ao certo porque se reuniam. Nos separamos, ele foi em direção a uns amigos mais dele do que meus, eu colocava o papo em dia com duas amigas que me haviam recebido na porta. Bebida, havia muita e de todos os tipos. Afinal eu começava a mudar minha ideia sobre aquela reunião. Depois de duas doses de vodka, até que a festa estava muito boazinha. Percebi que muita gente continuava tão infeliz quanto antes. Outros tinham crescido profissionalmente, e as pessoas os achavam felizes. Fui até a janela fumar um hilton longo e devanear sobre o que realmente era felicidade para essa gente. “Você é a minha mais perfeita definição de felicidade” – ele dissera uma vez em uma dedicatória de livro. Olhei em volta, ele fumava com seus trejeitos femininos ao lado de uma moça loira e decotada que invariavelmente era fã incondicional de seu interlocutor. Bebi mais uma dose da vodka com refrigerante. Pelo menos era Smirnoff.

A festa continuou sem sobressaltos e acabou invariavelmente com músicas “povão” e que aqueles intelectuais todos odiariam se não fosse o alto teor de álcool que já dominara o ambiente. É cult ser povão. Meu homem retornou ao meu lado, sorriu torto, como sorria sempre para mim, pediu um cigarro, caía bem o cigarro longo entre seus dedos. O meu cigarro na mão do meu homem.

Começou a chover lá fora, saí do meu posto de refúgio da janela. Fui observar as falsas loiras, ruivas ou morenas – porque ninguém tem mais a cor que tinha há sete anos atrás. Eu gosto de observar mulheres. E mais ainda mulheres que se libertam de seus pudores e valores depois de ter bebido algumas doses. Na verdade, gosto de observar gente em geral, sou curiosa de carteirinha. Acho que por isso geralmente chamam a minha atenção em festas: você está calada, está triste? Não, nada disso, só acho um ambiente ótimo para observar pessoas, pensar sobre a vida, registrar momentos. Gosto de fotografar também. Deve haver alguma relação aqui: observar e registrar.

Ok, preciso ser mais social. Vou começar indo em direção à radiola de ficha e mudando essa música terrível.


66.
sábado, março 14, 2009

Eu olhei o céu, mas não vi sol. Fazia o caminho de todos os dias como se estivesse perdida. O olhar vazio, sentia-me sem vida: Precisava de todo o chão possível. E, para mim, não existia chão sem céu.

Rascunhava sem sentindo em meu trabalho indeciso, indecoroso e quase cômico. Não era engraçado. Era um tédio, um cansaço quase exaustão, uma sequência ininterrupta de não-férias.

Ontem não houve sono. Fugi para imagens fáceis, que sempre terminavam trazendo ele. Suada, buscava e ansiava, mas nada adiantou: o dia chegou e eu estava em piloto automático.

Eu sei o que acontece com desejos obscenos não realizados: bolhas de calor passeiam pelo seu corpo, te deixam insone, depois criam crostas gélidas. Então o desejo ainda está lá, mas agora inacessível sobre as crostas geladas. E eu toda então me tornava fria.

Eu fria, o mundo sem sol, os caminhos perdidos, as não-férias ininterruptas: mais um dia descartado do baralho.


65.
domingo, fevereiro 15, 2009

::Plantação::

A moça procura emprego. Currículos deixou por onde há. Farmácias, shoppings, motéis, lojas. Trabalhar em motel é legal – você não precisa sorrir para o cliente, aliás, você deve mesmo evitar olhá-lo. É bom desviar do contato humano. Para que complicar?

Ela quer casar. Senta-se, empertigada, grandes olhos verdes. Ela poderia muito bem trabalhar na C&A. Tem seus objetivos. É que o namorado quer casar. Ele, que é a vida dela. A própria vida dela. Princípio e fim.

Ela tem ciúmes. A vizinha se veste (ou se despe?) para ele. Folgada! Mas ela não engole desaforo, cospe-os, e longe, para que a moça ouça. E a moça ouve exatamente o que quer.

De raiva, a noiva já rasgou as cartas da ex-namorada do amado. E ele rasgou as cartas que ela recebeu em outros tempos. Mas tinha uma boa justificativa: o rival escrevia mal.

Linhas mal feitas não ganham eternidade. Que as rasguem amantes pelo mundo. Estamos cheios de juras de amor.

O passado é só cinza que cai pelo tapete. Cinza de doce cana de açúcar a macular o lençol branco. A pureza só é possível quando se está marcado. E sempre há alguém disposto a colocar fogo na próxima plantação.


64.
sábado, janeiro 24, 2009

Cinzas caem pelo chão. Não são cinzas de passado, é apenas engano meu. Quem sempre viveu vendo incêndios principia por achar que está sempre a apagá-los. Não os há. É quase morte viver assim, quase a morte, nessa tranqüilidade simples e calma de um dia após o outro. Não há remorsos, nem culpas. Não sei o que se perde de mim nessa bonança. Uma parte de mim atesta que isso é felicidade e que perdura. É como não ter o que procurar. Mudo minhas ideias sobre não mudanças. O mundo a girar atesta: o homem não para ao encontrar muralhas. De seguras que são, fornecem material para uma guerra. Basta achar pelo que lutar.


63.
domingo, outubro 05, 2008

Direto do túnel do tempo: texto escrito em outubro de 2002, primeira vez que me arrisquei em prosa.

Roda-gigante

A roda girava acompanhando nossos movimentos. Eu senti suas mãos em minhas costas e me aconcheguei no seu peito. Era uma roda-anã, daquelas de interior. Nossos alunos deviam estar largando àquela hora. Nós deveríamos ter ido embora. Uma tarde inteira tomando cerveja.
Ao sair da escola ele tinha me convidado para comer caranguejos. Claro que ele sabia que eu gostava de caranguejos. Era um convite certeiro. Cidadezinha pequena. Uma rua principal, estrada movimentada, caminho para o litoral. Duas paradas depois, havia uma praça. Grande, com quadra poli-esportiva, parques e bares ao redor. Obra do prefeito atual. Pão e circo. Perguntamos por caranguejos. Ninguém tinha. Pegamos uma mesa embaixo de uma jaqueira. Bela sombra, cerveja barata e gelada.
Ele trabalhara com restaurantes. Estressante. Travestis que não podiam usar o banheiro feminino, nem o masculino. Armas em cima da mesa enquanto os donos dormiam bêbados. Largou o ramo. Resolveu-se pela física. Ser pesquisador? Isso é trabalho para uma vida inteira. E às vezes nem isso basta. Melhor ser professor.
Comemos bisteca. Eu preferiria caranguejo, mas não era segredo a minha razão de estar ali. E pra quem não tinha almoçado, estava até bom.
Ser professor é duro. As turmas estão difíceis. A sala 3 quer casar a gente. Risos. Temos até às 18h. É, se eles nos vêem...
Eu? Sempre quis ser professora. Mentira, nunca tive essa vontade. Quis ser jornalista, um tempo. Me formei em Turismo. Mas sempre amei literatura. Na hora da inscrição do vestibular, me bateu um estalo. É letras, é isso! Vou ser professora. Foi assim. E aqui estou eu. Bebendo cerveja escondida de meus alunos. Risos.
Mais cerveja. Vamos ficar bêbados. Que horas são? 15h? Ainda? Demora para eles largarem.
A praça começa a encher. 12 de outubro. Crianças por toda parte. Um parque de diversões começou a funcionar do outro lado da praça. De onde estávamos dava pra ver a roda-gigante. Quando sairmos, vamos andar de roda-gigante? Ah, eu adoraria. Faz tanto tempo que não ando. Desde que não sou mais criança. Mas tenho medo. Pois nós vamos andar nela hoje, você vai ver.
Eu via seus olhos. Sua mão segurando o cigarro. A barba por fazer. Ai, a barba por fazer. Lindo. E eu nunca tinha achado um homem bonito vestido daquele jeito. Calça de linho, cinto e sapatos sociais. Camisa de botão, já meio aberta. Lindo. Puta que pariu, enfim um homem interessante na minha vida. Será que ele lia os meus olhos? Melhor ficar quieta. Parar de olhar para ele.
Quinze para às seis. Está quase na hora. Vamos andar de roda-gigante ou não? Claro que vamos. Só a saidera. Foram oito cervejas nesta tarde. Depois a conta. Rachamos.
Saímos da mesa e fomos até o parque. Ainda preparavam a roda. Tinha que trocar as lâmpadas. 10 minutos. Fomos atrás de cervejas em lata.
Não temos. Só long neck. Serve. Pegamos duas. Voltamos a roda. Esperar.
Tudo pronto. Por favor, podemos ser os próximos? Claro. Subimos numa xícara cor-de-rosa. Eu tenho medo. Você tem medo mesmo? Sério! Vem mais pra cá.
Era pequena a roda, mas dava pra ter uma vista legal. Foram duas voltas até ele perguntar: a gente podia ficar... Nenhuma resposta. Só um beijo. Era a roda girando igual nossos lábios um sobre o outro. Eram suas mãos na minha cintura. Tudo girava pra mim.
Acabou nosso tempo. Vem pra cá, vamos ficar atrás da roda, ninguém vai nos ver. Legal. Beijos, beijos... E se nos vissem? Ah, que se dane! E mais beijos. Pausa para um cigarro, dois cigarros. E amanha, como vai ser, hein? Amanhã?!? Vai ser assim: oi professor!, oi professora! Como todos os fins de semana.
Está na hora. Vamos?
Vamos. Eu te levo até a próxima parada. Uma Kombi. Na praça desce. Outra praça. Outra cidade. Ali era adeus. Beijos e tchau. Até amanhã? Até amanhã.
Nenhum aluno nosso nos encontrou. Dia seguinte, as mesmas gracinhas dos alunos da turma 3. Professora, sabia que os opostos se atraem? Física X Literatura? Risos. Ao fundo, a voz dele na sala ao lado me lembrava de onde vinha a marca no meu pescoço.

P.s.:Obrigadapelarodagiganteeuadoreieunaumsoubemoquevocêpensa,mastudobem,
avidaehassimmesmoteadorobeijosbeijosbeijos



62.
segunda-feira, setembro 08, 2008

Não fui eu, foi meu eu lírico. :)

-----------------------

Um certo dia arrancado da agenda de uma certa moça polida
o ciúme só enxerga as cores da malícia - a.h.

Eu poderia falar das flores e dos funerais, poderia falar da graça e da surpresa, da ausência e da expectativa, mas vou falar mesmo é que eu desisto de ser boa, desisto de sonhar bobagenzinhas cor-de-rosa, desisto dos homens e de suas necessidades bobas.

Eu não me rendo, eu não me submeto, eu continuarei andando, perdendo quem quiser se perder, amando quem se deixar ser amado, mas não, não vou posar de bonequinha pra uma sociedade machista e filha da puta que, definitivamente, não paga minhas contas.

Não vou negar o meu desejo, sou humana igual aos outros, não vou posar de santinha, não vou permanecer somente para me aquecer na noite fria desta cidade que deixa fugir sua personalidade a todo instante. Quero estar porque quero, sem nada amarrando minha presença. Mas é mais fácil prender o passarinho do que mantê-lo no seu jardim por desejo próprio.

Eu posso, não queria, mas posso continuar sem domínio, sem controle, sem alento, com saudades, com uma certa tristeza que, dizem, é até bonita no coração do artista. Por mais que eu escape da trilha, mais percebo que meu caminho não é ser uma moça-bonita-inteligente-casada-nessa-cidade-pequena-e-cheia-de-vícios. Eu não me submeto.


61.
quinta-feira, agosto 28, 2008

A Felicidade que morou na rua da União.

Vila Sotave.
Longa manhã no meio da terra lamacenta jaboatonense. Procurando ruas com nomes como União, Paz, Esperança... Entre outras coisas, eu buscava a Felicidade. Mas a Felicidade se mudou, não mora mais lá (imprevisível a Felicidade morando em Jaboatão). Ela foi pra Sampa, mas já está de volta, mora quase em Escada.

Bobagem procurar a Felicidade. Ela nunca está onde pensamos que está. E nunca passa muito tempo no mesmo lugar. Deve ser uma velhinha simpática, a tal Felicidade. Pena que eu não consegui encontrá-la.


60.
quinta-feira, agosto 21, 2008

Era uma vez uma casinha laranja com azulejos de florzinha. Era uma vez uma vontadezinha de se mudar. Era uma vez um caminhão de problemas atravancando a entrada da casa. Era uma vez a moça voltando de ônibus tarde da noite. Era uma vez uma casinha velha. Era uma vez uma mocinha.


59.
quarta-feira, agosto 13, 2008

Seu padre,

Primeiro devo confessar que não acredito nessa coisa de sacramento, mas como disseram que eu sou confessionalista, tive que ajoelhar e rezar. O que o senhor acha, seu padre? Devo rezar quantas ave-marias por externar um sentimento meu que quando cai no papel vira algo tão diferente de mim que eu desconheço?

Seu padre, se eu fosse homem, teriam dito que sou memorialista, que tenho traços autobiográficos na minha escrita, que tenho um alterego ou algo assim. Mas sou filha da Eva (ou da Lilith) e sofro por poder ser apenas confessionalista.

Me diz, padre, qual é o pecado de ser assim, tão de mim que ninguém reconhece? Por que meu texto precisa escapar de tudo que se passa aqui dentro?

Ah, padre, me diz, vai, mas diz logo, porque quem sabe assim, eu ainda consiga me arrepender!


58
segunda-feira, julho 21, 2008

::Minha Casa::

A minha casa hoje é ele. Não consigo ver teto quando ele não está. Nada pode voltar a ser como era antes. Nada acontece igual. Sou diferente, sinto diferente e meus sonhos mudaram. Minhas paredes me parecem vazias. Fazer o que longe dele? É uma novidade perene que abarca e sufoca. Começo a temer menos do que antes, mas ainda assim, é temor. Esvaio-me na fumaça da ausência dele. Num grito abafado de quem espera incapaz de agir. Solto-me e não é mais do que um senão. Sorvo-me cada vez mais com o gosto dele. Incapaz de ser o que eu não era quando não havia ele.


57

::Peregrina::

Correndo os olhos longe de você, peregrino caminhos ondulantes disformes e secos. Espero a trovoada, espero teu corpo fértil, no desejo de existir mais líquida em você. Um desespero sem nome. Canso-me de ser acusada de agir em impulsos. Tudo que é doce e que acho em ti está longe de ser posse da maioria. Não ousem me vigiar. Não tentem me deter. Da tua cor é o futuro e se eu contrasto é porque estou cheia da mais procurada substância, e assim estou porque nunca fui tão real quanto quando sonho com você.


56.
domingo, junho 08, 2008

Pela tua alma vago tão perdida do que ser,
Que escorrego no certo, atravesso a esmo, ao longo de mim
Proíbo-me de rir, solicito perdões infindos
E grito, grito alto.
Calo-me no baixo do teu ventre
Semeio votos de ternura
Esganiçada pelo querer aflito
Desocupada do medo cotidiano
Pensar aderindo no querer
Desejo de deixar de existir
Na forma fosca do navio abandonado
Ser luz fraca, porém constante
Liberada do galho que pesa sem servir


55.
domingo, maio 25, 2008

Busco o equilíbrio ao andar na corda bamba.
Não quero cair na rede errada.



54

Líquidos e poros.

Sou toda espera.



53.
quarta-feira, maio 14, 2008

::Colo::

Do colo apagado mergulhei no desconhecido
E no instante primeiro que aspirei a vida
Foi no macio do teu colo que percebi o mundo.


Em homenagem ao dia das mães, em especial aquelas que lutam por um nascimento mais respeitoso, e ao dia mundial das parteiras, 5 de maio.


52.
segunda-feira, maio 05, 2008

Sem motor

Ventilador, geladeira, bomba
Broca, sirene, toque
E umas folhas insistem em balançar ao vento.



51.

Pela estrada a fora

Sua casa é uma mentira.
Surrupio doces para te entregar
E na forma indistinta, avisto fantasia
Passeio longas noites a te procurar.



50.
sábado, abril 05, 2008

::Toque Solto::

Não consigo mais imaginar a vida deserta de teus dedos
Que abordam, palpitam, entoam, dançam
Teus pequenos dedos valsando
Manhãs e noites de música e tatos

Que foi de mim quando em teus braços?
Que fome é essa inabalável?
Beiro o abismo quando em ti
O abandono faz-me líquida

Contorno horas de ausência
Omitindo sonhos na vontade pura
Da lama crua, das ondas púrpuras
Ora leve e preciso, ora só crepúsculo.

Palavras têm forma, dançam em minhas mãos
Como é mesmo teu nome doce?
Como esqueço teu toque solto,
Se permaneço preenchida do vazio que deixaste?


49.

Homenagem

Inesperadamente, a moça pegou nos meus seios. No meio do bar, que aos poucos serenava o fim da noite. Atrevida, pegou de novo. Eu não resisti, enfiei a mão por baixo da sua saia, esperando o freio. Ela não reagiu, ao contrário, dizia que estava gostoso. Senti o pé do meu namorado abrindo passagem pelos meus dedos. A moça sorria. Uma confusão de pé, mão e xoxota acontecia ocultamente debaixo da mesa. Ocultamente?

Levantei-me, paguei a conta, trazendo a última garrafa de vinho debaixo do braço. Fomos andando, eu segurando com força a moça pelo quadril, arriscada que ela estava de cair. Ela enfiava a mão dentro da minha blusa, discretamente, segundo ela. Meu namorado de quando em quando metia a mão na minha bunda (ou na dela?).

Paramos no meu apartamento. Ela pediu vinho e acendeu um cigarro. Ele me pegou, arrancou minha camisa e me beijou. Larguei dele e fui para ela. Arranquei a roupa dela enquanto ele arrancava o resto da minha. Emaranhado de roupas no chão.

Ela apagou a luz. Sentei-a numa cadeira. Beijei pescoço, colo, seios. Ele brincava mais embaixo, mais ciente das coisas do que eu. Ela levantou, subitamente lúcida. Ah, não, eu não ia deixar assim, agarrei-a pelas costas, encostei-a na parede. Nessa posição, tocá-la era semelhante a me tocar, não foi difícil encaixar meus dedos na sua boceta. Meu namorado me fodia por trás e eu escutava os gemidos dela, dizia que a amava em seu ouvido. Ele gozou e caiu por baixo de nós. Os dedos dele brincavam com as duas, ela procurava minha bunda, até que, talvez satisfeita, talvez novamente lúcida, acendeu um cigarro e pediu para voltar para casa.

Vesti a roupa, ainda melada da porra dos dois. Deixamos ela na sua casa, cambaleantes.

No apartamento novamente, lembramos que ainda de manhã conversamos sobre outra mulher em nossa cama, sem saber o que minha amiga terminaria por nos oferecer. Ainda houve fôlego para, rememorando, o banheiro me ver gozar no pau dele.

Agora tenho medo dos meus desejos, vai que todos se realizam? E, pelo inusitado da situação, ainda me pergunto se tudo aconteceu assim mesmo...



48.
domingo, março 16, 2008

::Lama Doce ::

De tantos recônditos obscuros fez-se a lama. Eu caí na lama, uma lama toda doce, a lama grudou em mim, ainda tentei lutar, mas a lama era mais forte. Sucumbi, mergulhei, senti todos os poros obstruídos, fiquei presa em mim sem saída. E foi estranhamente bom. E hoje, lama descoberta, passo metade das minhas horas planejando sair da minha prisão doce e a outra metade ansiando uma inércia que me mantenha aqui.


47.

De nada adianta temer quando não se pode evitar o temido. Nem há covardia maior do que desistir da alegria por medo. Há coisas inexplicáveis que não me atrevo a dizer. Sou apenas uma aprendiz, como a Lóri.
Seria bem fácil se fosse só o corpo. E é verdade afirmar que a mistura de eu e você nos trouxe uma agitada malemolência. Mas quando vejo o mar, cozinho ou aspiro liberdade, sinto incontestável desejo de compartilhar. A ausência de ti é mero detalhe, porque te sinto comigo incontáveis vezes.
Não me assusta a possibilidade do fim. A dor é somente algo que acompanha a alegria.
Temo apenas ter criado um mundo só meu, onde você participaria da mesma forma que costuma visitar vários outros mundos alheios. Seria triste me perder no meio da multidão.
O que quero é te fazer experimentar, conhecer você e brincar com seus sonhos. Ser pequena em você e te tornar grande. Beijar seus olhos enquanto a madrugada não termina.


46.
terça-feira, fevereiro 26, 2008

::Boneca de Porcelana::

Boneca de porcelana que entra pela porta e treme se entregando muito e sem conta louca indiferente em frente ao céu sem estrelas mas há o rio e já não é mais estranho.
É a cidade que me carregou no ventre e agora me assiste desistir de resistir. Tua voz doce me comove e me move já não há mais controle.
Soterro-me em você sou menina vulnerável. Não era eu que nos teus braços desfalecia mas fui eu que tudo sentia. E se tudo era tão perfeito eu me sentia quebradiça.
Nos teus olhos eu entrevia uma dose generosa. Concordei contigo quando não mais era minha a escolha.
E fui tudo unido eternidade paz medo desespero gozo. E ser entregue foi a maneira que consegui ser tua dama.
Boneca de porcelana que você guarda de lembrança.


45.
domingo, fevereiro 24, 2008

::Template Novo::

Jana Kirschner fez para mim este novo template. Foi presente de aniversário, né, Jana?
Agora todo mundo vá lá conhecer o Cottidie em agradecimento. Até porque vale a pena a visita.

Tive que trocar o sistema de comentários, por isso todos os outros sumiram. Mas não se preocupem, eu tenho todos guardados. :)

Isso aqui anda agitado, sinal de novos tempos.

Ah, hoje apareceram 3 baratas numa caixa escondida debaixo da minha cama. E eu não tive que matá-las desta vez... Estou quase revivendo a Barata Lispectoriana, rs.


44.
segunda-feira, fevereiro 18, 2008

::A nossa manhã já me fez esquecer::

Quero suas mãos para beijar
Quero ficar ali, perdida em seu rio
Quero sorrir para sua falta de sol,
Quero brilhar no seu escuro.


43.

::Sempre e Nunca Mais::

Nunca mais quero sentir os seus dedos em tão profundas ondas. Nunca mais seu cheiro em minha casa. Nade de fome de você e você querendo glicose. Nunca mais morrer em espasmos enquanto as velas se apagam. Nunca mais banhos de chocolate, nunca mais tua lama doce. Só esta náusea de ausência quando o cansaço me domina. Cansaço de você, exausta de tuas mãos, tua escrava e rainha. Não suporto mais esse intercâmbio poético. Sou tão frágil que poderia desfalecer em teu colo. Tão sensível que você pensa e dispensa, sugere e mente, goza e finge não ter dor, mas ama tanto quanto eu o grande mistério que habita em nós.


42.
sexta-feira, fevereiro 08, 2008

::27::


27 anos e caminho nenhum.

27 anos e todos os caminhos.

Toda uma liberdade e todo um desejo

Serena no meu auge

Guardando o último pedaço,

Resguardando-me do céu e do inferno.

Sorrindo entre nuvens.



41.

::João e Maria::

Sérgio era um cara popular. Os amigos o invejavam. Vivia sempre acompanhado. Em bem acompanhado.

Passava, à noite, com uma bela garota em seu carro. Buzinava, dava oi aos amigos. Era a eleita do dia.

Ele as levava para a sua alcova, uma pequena mas bem decorada casa. Em tudo mimava as acompanhantes. A casa estava sempre limpa e com flores nos vasos. Havia queijos e vinhos saborosos. Sua especialidade era uma tábua de frios que deliciava suas amigas.

Naquela noite Lílian era a escolhida. Ninguém acreditou quando a viram no carro de Sérgio. Lílian era o que se chamava de boa moça. Recém passara por uma desilusão: a melhor amiga lhe roubara o namorado.

E lá estava ela a caminho do ninho de Sérgio. Ela se sentia bem. Descobrira que sua personalidade era outra, queria experimentar.

Tomava um sorvete, e Sérgio estava maravilhado com a pequena e angelical boca que lambia o doce, primeiro pelos lados, até abocanhá-lo todo, aparentemente imersa no prazer do ato.

Sérgio parou o carro, entrou numa lanchonete e de lá saiu com um pacote, quase sem conseguir enxergar o caminho de tanta vontade de chegar.

Lílian entrou na casa saboreando cada pedaço. Cheirou as flores e pôs uma no cabelo. Ligou o som e escolheu Vanessa da Mata, respondendo com um “Sim” às dúvidas que restavam na cabeça de Sérgio. Jogou os sapatos longe e pulou na cama arrumada e fofa. Aceitou o vinho que Sérgio ofereceu e sua pequena boca rosada adquiriu o brilho do líquido.

Sério sorria feliz para o deslumbramento da garota. Estava cansado da futilidade e superficialidade das mulheres. Lílian o surpreendia com tanta ingenuidade e com a sinceridade com que brincava com os enfeites da cômoda.

Satisfeito, pegou os pés da menina e os beijou, submissamente. Lílian calou para sentir melhor aquele calor que subia pelas suas pernas e provocava um arrepio no local onde seu ex-namorado nunca havia se permitido tocar.

As mãos de Sério subiram até o ponto em que o pudor de Lílian disse não. Ele a deixou e ofereceu o que havia no pacote: batons garoto.

Lílian sorriu. Adorava aquele chocolate desde menina. Gostava de colocá-lo na boca até amolecer. Chupava-o, escondida, já que mais de uma vez fora censurada por adultos por chupar daquela maneira.

Deliciando-se com o batom, esqueceu das mãos de Sérgio, que chegaram onde queriam. O chocolate derreteu ao mesmo tempo que Lílian, que sentia tudo mais quente. Antes que pudesse se recuperar, Lílian sentiu algo a invadindo. E percebeu que dois espaços seus estavam ocupados. E pela mesma substância. Enquanto lambia o chocolate, Sérgio também enfiava o doce na sua xoxota virgem.



40.
domingo, fevereiro 03, 2008

Concordo com Pessoa: tudo é ousado para quem a nada se atreve. E eu andava pouco atrevida. E achei você. E quis ousar. E ousei revisar você. Porque só assim poderia apresentá-lo. Como apresentar o que não se conhece palmo a palmo?

Por que não ser a fina flor do erotismo? Pulsando alegre em seus toques doces. Emergindo contemporânea por seu graçar antigo? Provocando libertação em teu peito jovem?

Ainda imagino teu livro não fechado. Quero ver você crescendo nas letras que escreve. Posso jogar galhos na tua lama doce. Posso ser seu bálsamo e sua cruz. Posso cruzar o deserto contigo.

Quero ver emergir você de um riacho claro. Do meu riacho.

Quero você respondendo minhas perguntas. Quero sua alma presa a minha, ao mesmo tempo liberta para chegar onde quero.

Sem sombras, sem lágrimas, apenas a água que corre clara. Apenas a minha saliva que escorre também doce.

Apenas uma mistura. De eu e você.



39.
segunda-feira, janeiro 28, 2008

::Um dólar::

o que você ia dizer e não disse?
o que quer comigo no sábado?
em que você pensou hoje à tarde?
o que são betados?
o que faz você feliz?
você tem um pouco de céu e de chão?
ou foi iludido igual a mim?
você se sente só?
onde dormiu ontem à noite?
quem são seus pais?
o que você está sentindo agora?


38.
quarta-feira, janeiro 23, 2008

A pergunta que não quer calar ou porque a vida parece poesia

O que você faria (ou pensaria) se recebesse, de uma pessoa desconhecida, dentro de um ônibus, um papel de caderno com um endereço de um blog e um msn escrito nele?

Bem, só pra esclarecer: é druuna com dois UU, moço do ônibus.


37.
sábado, janeiro 19, 2008

::Sambada::

Era uma noite de sambada. O terreiro estava em festa. A noite caminhava e o primeiro ônibus, lotado, trazia os participantes. O casal se aproximou. Ele, cambaleante. Ela, com uma blusa vermelha, boné na cabeça. Denunciava alguns anos a menos que seu companheiro.

Isso é maneira de chegar para brincar, Oswaldo? A moça emenda: Eu disse pra ele que vinha, mas não ia ficar de travesseiro dele, que ele dissesse logo se podia. Oswaldo engata conversa com a conhecida que o repreendera, a filha da professora. Lembram das canetadas e beliscões. Professorinha braba.

Mas Maria, a companheira, prefere falar sobre sua vida. Eu tenho dois filhos e mãe doente. Meu filho tem 14 anos, a menina tem treze. Não posso cuidar do Oswaldo o tempo todo. Muita gente quer ajudar, mas ele não larga a pitú.

Oswaldo levanta a camisa. Mostra as marcas das três facadas que levou. Diz que vai ter revanche. Maria quer esquecer, manda ele baixar a camisa, pra que mostrar? Ela diz que o ajuda, que arruma o quartinho onde ele mora.

Chamaram ele pra ser bandeirista. Uns três grupos já. Mas ele não pode. Oswaldo mostra a cicatriz na barriga, operação de qualquer coisa grave.

Maria fala do fotógrafo que retratou seu trabalho: enquanto ela debulhava feijões e abacaxis, sentindo-se feia para fotos, o homem baixinho e gordinho apontava a câmera na direção de sua barraca, de sua mesa, de suas mãos.

Ela reclama: não gosta de estar só na festa, não conhece ninguém ali. Também ela brinca, mas é novata, além de ser de outro grupo. Oswaldo pede um cigarro.

Quando o terceiro ônibus chega, Maria o convence a voltar pra casa. Eles vão. A mesma Maria cuidando das cicatrizes do Oswaldo.

Ele diz que me ama, e se cuidar, me terá pra sempre. Mas tem que cuidar, né?

E os dois sobem no ônibus vazio.



36.
sábado, novembro 03, 2007

::Nelson Rodrigues teria medo::

em casa. Por que não? Frisson. Eu chamei, ele bobo nada, veio. me perseguia com o olhar. seguiu. mão, língua, beijos, descendo, descendo, tomou meu ápice, me levando pela mão. Eu nem queria. A aula foi sobre pornografia. Pés, mãos, boca e gozo.

Uma libertina nasceu ali. Uma libertina de máquina de escrever na mão. Sou agora uma mulher liberta. E fujo da grade. Quero o mais próximo do fora da lei, ilegal sou. Coroei-me rainha do ato e ritual consumado. Nelson que me perdoe, mas eu faço melhor. Ele teria inveja de mim.

Amo o desejo. Escrava estou desse teu membro intumescido. Quero o máximo, quero tudo, a vida me permite uma noite eterna. Marco minha presença na ausência alheia. Sorrio orgasmos pra quem quero. O mundo se torna total, sou esma, sou frágil, sou toda pra isso. Me toma o esquema: o grave, o cosmo. Se isso não é caminho, quero inventá-lo. Porra na boca, leite na rosa, amor no coração! amo, amo, amo. E o amor me permite ser o que sou. Amor é liberdade plena. Nunca amei como agora. Nunca fui como agora. A escrava que espera. gozo na boca. amor nos dedos. eu, eu, eu. eu sempre fui isso. Algo me esmagava: agora sou a liberdade no clitóris.



35.
domingo, outubro 28, 2007

Tenho medo de homem que malha.
*MEDO*
E viva as barriguinhas de cerveja....


34.

Vermelho escapa pelos poros ouço um tom abaixo da maioria sinto um grau acima e desconverso do abalo pro seu lado porque é mais fácil sintonizar quando estou frágil. Converso e gracejo mas duvido da tua culpa e comemoro as passagens longas do meu romance. Acredito no invencível descaso do teu passo, na ausência sublime da tua sede, na proximidade da ânsia. Sorrio acaso a morte chega e o amor acaba e o frio esquece meu desejo. Somos duradouros, perseguimos a força, igualamos os sonhos, mas eles são tão díspares, não convencemos. Sacrificada mudo o tom, assumo o risco, mostro-me doce e sincera já não importando seus sumiços. Enquadro-me no denso e profundo histórico das moças que escrevem e desescrevem seu caminho.

Sorrio. Tenho fome de ser melhor, tenho cores para ser diferente. Um som termina tudo.



33.

::Um tanto livre, um tanto travada::

Ei, menino, eu te vejo. Você é o cara. Não esconde o que sente. És tão fantástico. tão de mim. E eu posso fazer de nós o que quisermos, baby. Somos soul e calma. paciência.

Garoto, não sou sua, mas sou do teu corpo.

E um instante fez.

E num dia que o inusitado imperava, você foi deus e foi tormento. E eu quis você, como nunca. Você era a fortaleza, eu era o estorvo, o que havia para desamar, porque plácida e incolor.



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