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39.
segunda-feira, janeiro 28, 2008

::Um dólar::

o que você ia dizer e não disse?
o que quer comigo no sábado?
em que você pensou hoje à tarde?
o que são betados?
o que faz você feliz?
você tem um pouco de céu e de chão?
ou foi iludido igual a mim?
você se sente só?
onde dormiu ontem à noite?
quem são seus pais?
o que você está sentindo agora?


38.
quarta-feira, janeiro 23, 2008

A pergunta que não quer calar ou porque a vida parece poesia

O que você faria (ou pensaria) se recebesse, de uma pessoa desconhecida, dentro de um ônibus, um papel de caderno com um endereço de um blog e um msn escrito nele?

Bem, só pra esclarecer: é druuna com dois UU, moço do ônibus.


37.
sábado, janeiro 19, 2008

::Sambada::

Era uma noite de sambada. O terreiro estava em festa. A noite caminhava e o primeiro ônibus, lotado, trazia os participantes. O casal se aproximou. Ele, cambaleante. Ela, com uma blusa vermelha, boné na cabeça. Denunciava alguns anos a menos que seu companheiro.

Isso é maneira de chegar para brincar, Oswaldo? A moça emenda: Eu disse pra ele que vinha, mas não ia ficar de travesseiro dele, que ele dissesse logo se podia. Oswaldo engata conversa com a conhecida que o repreendera, a filha da professora. Lembram das canetadas e beliscões. Professorinha braba.

Mas Maria, a companheira, prefere falar sobre sua vida. Eu tenho dois filhos e mãe doente. Meu filho tem 14 anos, a menina tem treze. Não posso cuidar do Oswaldo o tempo todo. Muita gente quer ajudar, mas ele não larga a pitú.

Oswaldo levanta a camisa. Mostra as marcas das três facadas que levou. Diz que vai ter revanche. Maria quer esquecer, manda ele baixar a camisa, pra que mostrar? Ela diz que o ajuda, que arruma o quartinho onde ele mora.

Chamaram ele pra ser bandeirista. Uns três grupos já. Mas ele não pode. Oswaldo mostra a cicatriz na barriga, operação de qualquer coisa grave.

Maria fala do fotógrafo que retratou seu trabalho: enquanto ela debulhava feijões e abacaxis, sentindo-se feia para fotos, o homem baixinho e gordinho apontava a câmera na direção de sua barraca, de sua mesa, de suas mãos.

Ela reclama: não gosta de estar só na festa, não conhece ninguém ali. Também ela brinca, mas é novata, além de ser de outro grupo. Oswaldo pede um cigarro.

Quando o terceiro ônibus chega, Maria o convence a voltar pra casa. Eles vão. A mesma Maria cuidando das cicatrizes do Oswaldo.

Ele diz que me ama, e se cuidar, me terá pra sempre. Mas tem que cuidar, né?

E os dois sobem no ônibus vazio.




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